Cirurgia de Cabeça e Pescoço
Cirurgia robótica da Vinci

Apesar de menos comuns, os cânceres de boca e orofaringe também afetam uma parcela significativa da população. Cerca de 75% dos casos acontecem em pessoas com mais de 45 anos, e os homens têm duas vezes mais chances de desenvolver esses tipos de cânceres¹.

Os tumores de boca, são aqueles que afetam a língua, gengiva, lábios, bochecha, céu da boca. Enquanto os cânceres de orofaringe são aqueles que aparecem ne na região da base da língua, amídalas, palato mole e garganta. Esses tipos de tumores são especialmente desafiadores, pois estão localizados em uma região de difícil acesso pelo cirurgião.

O tabagismo e o consumo de bebidas alcóolicas estão fortemente ligados ao aparecimento de câncer na boca e orofaringe. Além disso, estes tipos de tumores também podem se desenvolver devida à infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV), e nos últimos o número de casos causados por esse tipo de infecção aumentaram, principalmente entre os jovens. Entretanto, os tumores induzidos pelo vírus do HPV frequentemente respondem melhor a qualquer tipo de tratamento².

Diagnóstico

A confirmação da presença de câncer na região de boca e orofaringe é obtida por meio de uma biopsia, que é a remoção de um apequena porção de tecido da região suspeita, para ser analisada em laboratório. A biopsia pode ser realizada com o paciente sob anestesia local ou em centro cirúrgico com o paciente sedado, dependendo da região da boca que está sendo investigada².

Apesar de não serem necessários para o diagnóstico, diversos exames de imagem podem ser solicitados para que o médico consiga definir o estágio de desenvolvimento da doença, tamanho, localização do tumor e definir a melhor abordagem para tratamento. Dentre os exames solicitados destacam-se, tomografia computadorizada, ressonância magnética, PET e cintilografia³.

Tratamento

A radioterapia e a quimioterapia são os principais tratamento para câncer de orofaringe. Contudo, principalmente em casos de tumores em estágio mais iniciais, a cirurgia também pode ser necessária. É comum também a indicação de mais de uma abordagem de tratamento para garantir melhores resultados.

Devido à localização difícil do tumor de orofaringe, que está da região posterior da boca, a cirurgia convencional nesses casos pode ser bastante complexa e invasiva. Contudo, a cirurgia robótica da Vinci apresenta grande vantagem, pois permite que o cirurgião consiga acessar a região acometida pelo tumor através da boca, evitando grandes incisões e possíveis lesões, tendo assim chance menor de efeitos colaterais após o procedimento.

Através da cirurgia robótica, o cirurgião possui uma visão ampliada da região, por meio da câmera que é introduzida na boca do paciente. E com os instrumentos exclusivos do sistema robótico, o cirurgião é capaz de desempenhar a ressecção do tumor com mais facilidade e precisão. Alguns estudos mostraram que a cirurgia robótica pode preservar a fala e deglutição dos pacientes, sem ter prejuízo na remoção do tumor4, 5.

A escolha do melhor tratamento é feita individualmente, por médico especializado, após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para cada caso, conforme estágio da doença e condições clínicas do paciente.

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Referências

 

  1. Estatística para câncer de boca e orofaringe. Oncoguia, 2021. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estatistica-para-cancer-de-boca-e-orofaringe/7427/278/. Acesso em: 08/06/2022.
  2. Câncer de Boca e Orofaringe. Oncoguia, 2021. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-boca-e-orofaringe/53/175/. Acesso em: 08/06/2022.
  3. Câncer de Boca. INCA, 2022. Disponível em https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-boca. Acesso em: 08/06/2022.
  4. Genden, E.M., Desai, S., Sung, C.K. Transoral robotic surgery for the management of head and neck câncer – a preliminary experience. Head Neck 31(3): 283-9, 2009.
  5. Iseli, T.A., Kulbersh, B.D., Iseli, C.E., Carroll, W.R. et al. Functional outcomes after transoral robotic surgery for head and neck cancer. Otolaryngol Head Neck Surg; 141(2):166-71, 2009.